O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, libertou esta manhã, 01 de Julho de 2022, para as matas do Parque Nacional do Zinave, na província de Inhambane, dez rinocerontes que se encontravam há dias no boma, provenientes da Reserva de Manketti na vizinha África do Sul. Boma é um recinto reservado dentro de uma área de conservação para o repouso ou quarentena dos animais que vêem de uma outra área de conservação.
Na verdade, para o boma entraram nove rinocerontes, mas durante o período de quarentena, um dos animais que estava prenhe teve bebé, a quem o Chefe de Estado atribuiu o nome de “Princesa Inocente”. Com o baptismo do bebé rhino é alargado para três o número de animais bravios baptizados pelo Chefe de Estado Moçambicano para fazerem parte do seu clube de amizades, depois do “Mr. President” e “Mr. Gentlemen”, ambos elefantes da Reserva Especial do Niassa.
“Aquela cria deve ser bem controlada, porque vou sempre querer saber onde está. Vocês que estão habituados à caça furtiva, antes daquele animal desaparecer, que desapareçam vocês”, advertiu o Chefe de Esatdo.
O feito teve lugar durante a cerimónia de celebração do vigésimo aniversário do Tratado de Áreas de Conservação Transfronteiriças do Grande Limpopo (ACTFGL), que contou com a presença do Vice-Presidente da Peace Parks Foundation, Joaquim Chissano, Ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, Governador de Inhambane, Secretária de Estado de Inhambane, representates dos governos da África do Sul e do Zimbábwe, representante da Exxaro, quadros das áreas de conservação, parceiros de cooperação, organizações da sociedade civil, líderes comunitários e religiosos entre outros.
“Com a introdução desta preciosa espécie animal, o Parque Nacional do Zinave junta-se ao grupo dos outros parques nacionais detentores dos famosos “BIG FIVE” (leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte), que constituem atractivos aos turistas que visitam as áreas de conservação. O turismo do interior irá reforçar a oferta, que distribui algum valor para as comunidades. Há muitos turistas que ficam cansados de dormir na praia, querem ver outra coisa e essa outra coisa está aqui”, realçou o Presidente.
A ACTFGL foi estabelecida em 2002 através de um Tratado assinado pelos antigos Presidentes de Moçambique, África do Sul e Zimbabwe, nomeadamente, Joaquim Chissano, Thabo Mbeki e Robert Mugabe respectivamente. A área integra os parques de Limpopo, Banhine e Zinave em Moçambique, Gruger na África do Sul e Gonarezhou no Zimbábwe.
Segundo o Chefe de Estado, as áreas de conservação transfronteiriças permitem uma maior integridade ecológica e facilitam a circulação da fauna, contribuindo assim para o seu conforto e sua sobrevivência. Paralelamente, melhoram a eficácia e a eficiência de gestão de problemas relacionados às queimadas descontroladas, caça furtiva, conflitos homem/ fauna bravia, espécies invasoras. Ajudam na criação da confiança entre as comunidades e na promoção da paz e boa vizinhaça; facilitam a capacitação dos gestores e o empoderamento das populações, a promoção de turismo e captação de financiamento; melhoram as oportunidades de negócios e comercialização de produtos locais e reforçam os laços culturais, linguísticos e históricos entre as populações dos países participantes.
O estadista moçambicano destacou os progressos, ao longo dos 20 anos, do estabelecimento daquela ACTF, nomeadamente, (1) a transformação da Coutada 16 em Parque Nacional do Limpopo; (2) estabelecimento de equipas de gestão sólidas baseadas nas respectivas áreas; (3) treinamento de Fiscais, acesso ao emprego, uso de tecnologias e meios aéreos, terrestres e marítimos para a prevenção, controlo e combate de actividades ilegais e dos furtivos; (4) desenvolvimento de infra-estruturas de gestão e turísticas; (5) incentivos às comunidades locais resultantes da prática de actividades de conservação dos recursos naturais e da prática do turismo cinegético (6) estabelecimento de modelos de co-gestão que permitem o trabalho entre as partes interessadas; (7) naturalização dos parques com a reintrodução de animais selvagens anteriormente extintos localmente e (8) relacionamento de relações de trabalho e de irmandade entre irmãos dos países que integram a área de conservação transfronteiriça do Grande Limpopo.