Paisagem da KBA da Reserva Especial do Niassa. Credito: Valdemar Jonasse
Um total de 29 Áreas-Chave para a Biodiversidade (KBAs) foram oficialmente lançadas esta manhã, 21 de Maio de 2021, em Maputo. A Ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, que dirigiu a cerimónia, fez saber que as KBAs são locais que contribuem significativamente para a conservação da biodiversidade em Moçambique e a nível global, em sistemas terrestres, marinhos e subterrâneos e são identificadas com base num conjunto de critérios científicos internacionais.
Segundo a Ministra, as 29 áreas-chave mapeadas cobrem uma área total de 139.947 km2, sendo que 25 ocupam 134.019 quilómetros quadrado em meio terrestre e 4 ocupam 5.927.89 quilómetros quadrado em meio marinho.
Rhincodon typus – uma das espécies activadoras da KBA do Tofo, que está entre os 10 maiores locais de agregação global conhecida para esta espécie. Crédito: Derek Keats
“As KBAs irão permitir o reconhecimento de locais onde devem ser evitados projectos que podem colocar em causa a sobrevivência de espécies de fauna e flora, por isso devem ser usadas para guiar a elaboração dos planos de desenvolvimento e ordenamento territorial no país. Por outro lado as KBAs permitirão a expansão estratégica da rede nacional das áreas de conservação e o fortalecimento do quadro de políticas de conservação no país.”
Com o lançamento das áreas-chave para a biodiversidade, Moçambique torna-se o primeiro país a nível global a aplicar, para todo o seu território e para todos os grupos taxonómicos, o novo padrão global da União Internacional para a Conservação da Natureza, que permite identificar os locais mais importantes do planeta para as espécies e seus habitats.
Rhampholeon nebulauctor –– Camaleão ameaçado (VU) endémico da KBA do Monte Chiperone. crédito: Harith Farooq
De acordo com a mais recente avaliação da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, Moçambique é o sétimo país da África Sub-sahariana com maior número de espécies ameaçadas de extinção e ocupa o trigésimo terceiro lugar a nível mundial, com um total de 493 espécies.
O crescimento populacional, a sobre-exploração dos recursos florestais e faunísticos, a destruição dos habitats, a introdução de espécies exóticas e os efeitos das mudanças climáticas têm sido apontadas como as principais ameaças à conservação da biodiversidade no território nacional.
Lycaon pictus, uma das espécies activadoras da KBA da Reserva Especial do Niassa, que alberga uma das maiores populações mundiais conhecidas desta espécie. Credito: Thomas Retterath